Como eu não tinha nada pra postar decidi postar detonados de diversos jogos começa em pokemon soulsilver/ earth gold (16 partes) depois pokemon platinum (18 partes) depois pokemon black/with (20 partes) depois pokemon perl/diamont (18 partes)
por último Scribble nauts (30 partes)
Se você não sabe o que é scribble nauts entenda numa explicação que eu achei no judão, um site:
Se você cresceu jogando adventures da Lucasarts como eu, sem dúvida tu deve ter passado por momentos de imensa frustração alimentada por pensamentos tipo “porra, o que DIABO eu preciso fazer aqui pra passar dessa parte?” Rapaz, essa deve ter sido uma das frases mais frequentes da minha infância!
Jogos como Day of the Tentacle, The Dig ou Full Throttle te colocavam numa situação insólita qualquer, esvaziavam os bolsos, te davam o que encontraram neles e diziam “TE VIRA AÍ, Ô SEU FILHO DA PUTA”. Muitas noites em claro depois, cansado das combinações infrutíferas dos itens do jogo e já desesperado pra sair daquela área do jogo, tu resolvia ver um walkthrough (ou “detonado” em bom português) na web e amaldiçoava até a quinta geração dos designers do jogo quando descobria que a solução do puzzle envolvia combinar 3 itens completamente arbitrários e entregar pra um personagem aleatório qualquer. A aparente falta de lógica na solução de alguns dos obstáculos eram até mesmo capaz de matar o interesse no jogo. Sou um gamer, não o MacGyver, porra!O fato de que eu conseguia enxergar quatro ou cinco soluções alternativas usando os itens não-interativos espalhados pelo cenário me emputecia mais ainda. Apesar de ser um grande fã daqueles jogos, o fato de que só havia UMA forma arbitrária de resolver os puzzles limitava o gameplay e ao mesmo tempo aniquilava o replay value da parada. O único motivo pelo qual alguém joga The Dig uma segunda vez é a nostalgia, ou amnésia.
Até então, este sempre foi o paradigma de jogos de puzzle — por mais interessantes e criativos que fossem os obstáculos que os programadores inventaram pra você, tu tá sempre fadado a descobrir a solução exata e única pros puzzles. Desvie mesmo que um pouco só da idéia que eles tiveram sobre como vencer a fase, e você ficará encalhado nela até finalmente apelar pra um detonado da vida.
E então chegou Scribblenauts. Após este brilhante jogo pro Nintendo DS, jogos que se auto-entitulam “games de mundo aberto” terão que arrumar outra definição pra si mesmos.
Scribblenauts é o mais novo jogo da 5th Cell, produtora responsável por Lock’s Quest e Drawn to Life. Neste brilhante jogo tu é jogado em mais de 200 puzzles diferentes, e tem com tarefa achar soluções pra eles digitando nomes de animais/pessoas/objetos, que aparecerão no jogo em seguida e têm seus próprios comportamentos e interações uns com os outros.
O trailer foi obviamente feito com uma versão beta do jogo (a interface mostra algumas pequenas diferenças) mas a idéia central permanece. Em todas as fases, o objetivo é chegar à Starite, uma estrelinha que está em algum lugar do mapa (às vezes escondida). No caso do vídeo, ela está no topo de uma árvore.
Você pode ser um cara sem imaginação e digitar “ladder”. Uma escada aparece, você sobe, e pega a estrela. Em seguida o cara tentou “football”, apanhou a bola e a arremessou contra a estrela, derrubando-a da árvore. Caso você esteja realmente criativo, digite “parachute”, vista o paraquedas, em seguida “Helicopter”, suba no helicóptero, sobrevoe a àrvore, e pule em direção à estrela. Ou “chainsaw”, e corte a porra da árvore. Digite “bomb” e exploda a árvore.
Tá entendendo mais ou menos a profundidade do jogo agora?
Antes que você me diga que sua falta de habilidade com a língua inglesa te impediria de apreciar o jogo, não se preocupe:
Yep. Basta selecionar “Português” nas configurações do jogo pra apreciá-lo na língua-mãe.
É realmente genial a forma como os developers enfiaram literalmente dezenas de milhares de palavras no jogo (em múltiplas línguas), e como os objetos conjurados por elas reagem uns com os outros. Trazer “God” e “atheist” ao jogo resulta no infiel sair correndo com medo do Criador. “Cross” e “vampire” causa resultado semelhante. Jogar “zombie” no meio de outros bonequinhos gera pânico total, e sim, os zumbis transformam suas vítimas em outros zumbis também.
Alguns personagens aparecem armados (”Ninja”, “Cop”, “Robber”, “Pirate”, etc); há também objetos que seu bonequinho pode vestir – cartola, roupa de mergulho, máscara, terno e gravata, colete a prova de balas, fone de ouvido. Há diversos veículos terrestres, marítimos e aéreos. Há objetos que produzem fogo, água, vento, e todas as reações esperadas dos tais elementos. Jogar objetos elétricos (torradeira, TV, rádio, videogame) na água resultam na destruição de tal objeto, além de um choque violento. Há animais (existentes, míticos, e extintos), brinquedos, instrumentos musicais (até berimbau, acredite se puder), prédios… como esses troços não são apenas sprites inanimados e reagem de formas diferentes com outros objetos no jogo, as possibilidades são infinitas. Tem até memes internéticos, como “ORLY”, “Rickroll”, “Longcat”, “Leeroy Jenkins”, e etc.
“Virgin”, a propósito, traz à existência um moleque trajando uma camiseta de videogame. Épico!
O design das fases do jogo também são super criativas. Em uma dos mapas você está numa cadeia, preso numa cela com a alavanca que abre todas as outras. Os outros presidiários te atacarão se puder, e a desejada estrelinha está atrás dos policiais que estão prontos pra invadir o presídio (e que também te atacarão, já que nessa fase tu também é um detento). Ou seja, tu tem que inventar um jeito de se livrar de todos os outros personagens.
Primeiro eu tentei me equipar com um colete a prova de balas e uma bazuca. Não funcionou – os presidiários, armados com uma submetralhadora que eles acharam no presídio, foram mais rápidos em me matar. Tentei po-los pra dormir com tranquilizantes, mas novamente os meliantes manobraram mais rápido que eu. Tentei me isolar na minha cela com uma parede de concreto, soltar um urso lá no meio da parada e abrir todas as celas. Os presidiários detonaram meu pobre urso.
O urso me levou a outra idéia – armadilhas. Soltei um monte daquelas armadilhas que se fecham no pé do infeliz que pisa nelas. Infelizmente um dos presidiários conseguiu pegar a arma antes se ser pego pela armadilha, e mesmo imobilizado pela armadilha, ele conseguiu me matar.
Resolvi apelar – criei várias bananas de dinamite, abri as celas, e joguei um fósforo aceso na porra toda enquanto mantia meu personagem atrás da parede protetora. Explodiu TODO MUNDO e eu fui tranquilamente pegar a estrelinha.
Eis o que há de realmente foda em Scribblenauts – simplesmente associar sprites animadas a vocábulos aleatórios, embora certamente uma tarefa incrivelmente demorada e impressionante por si só, não é nem metade do motivo pelo qual o jogo é genial. O que realmente impressiona é o nível de detalhe aplicado às interações dos objetos que tu trás ao mundo. Quer um exemplo? Tome vários:
- » O cientista sai correndo com medo de Deus;
» O terrorista ativa qualquer explosivo no cenário e toca fogo em prédios;
» O pé-grande sai correndo com medo de câmeras;
» Máquinas do tempo te levam aleatoriamente pra Idade da Pedra, ou pro futuro, ou pra era medieval;
» Aparelhos eletrônicos podem ser desativados com uma EMP;
» Crianças correm com medo de fantasmas/bicho papão/outros monstros;
» Vampiros têm medo de cruzes, alho, e podem ser mortos com água benta;
» Quer ir até o fundo do oceano? Não dá, porque o personagem flutua naturalmente… Isso é, se você não der um submarino/snorkel/tanque de mergulho/etc pra ele;
» Zumbis transformam outros personagens em zumbis;
» Leão é um objeto perigoso no jogo, a menos que você digite “domador” e dê um chicote pra ele;
» Carros quebrados podem ser consertados com um poste de luz/bateria sobressalente + cabos de chupeta;
» Policiais correm atrás de presidiários, terroristas, ladrões, etc;
» Carne pode ser amarrada a um bebê pra atrair dinossauros;
» Uma medusa transforma qualquer personagem em uma estátua de pedra. Adivinha o que acontece se tu põe um espelho na frente dela.
Há achievements (ou melhor, “méritos”) a arrecadar em cada level dependendo de como tu resolve os puzzles. “No Weapons” é dado caso você resolva o problema sem usar armas. “Zookeeper”, se tu usar dois ou mais animais na solução. “Tooling around” se você utilizar ferramentas como martelos, furadeiras, pás, etc. dar choque em outros personagens do jogo te rende “Electrolysis” (eu descobri que jogar objetos elétricos na água é uma ótima forma de se livrar de perigos marinhos como tubarões). “Firefighter” se você apagar fogo em um mapa, “Exterminator” se tu matar dois ou mais personagens (humanos ou animais) no mapa, “Jockey” se você montar num animal, e por aí vai. Há uma lista interminável dessas medalhinhas de honra ao mérito, e elas te motivam a arrumar formas diferentes de resolver os mapas.
Há também uma moeda imaginária no jogo, que você acumula pra comprar novos avatares e musiquinhas. Como se não bastasse o jogo ser IMENSO (há DEZ mundos em Scribblenauts, que você vai destravando com o dinheirinho do jogo. Assim, tu pode jogá-los na ordem que preferir), há dois estilos de fases – Action, em que você essencialmente tem que chegar à Starite que está em algum ponto isolado do mapa, e o Puzzle, em que tu recebe uma dica no início da fase e tem que descobrir que objeto está faltando lá dentro – só então a Starite se revelará. É mais complicado que parece.
E ao contrário do que eu sempre pensei, nem todos os problemas da vida podem ser resolvidos com granadas. Acreditem, eu tentei.
Enquanto aqueles adventures clássicos requeriam maneiras limitadas e quase sempre totalmente não-intuitivas de resolver os puzzles (afinal, isso era parte do desafio), Scribblenauts permite as duas propostas – resolver o negócio da forma prática e óbvia, ou montar uma verdadeira máquina Rude Goldberg usando os mais bizarros e incompatíveis itens pra chegar à estrelinha no final.
Minha mentalidade quando jogo Scribblenauts se resume a duas abordagens diferentes – como eu resolveria este problema no mundo real, e como um personagem de desenho animado resolveria o mesmo problema? Após usar os dois métodos de solução do puzzle, eu o repito outras dez vezes, usando métodos e itens totalmente diferentes.
Isso sim é um jogo de “mundo aberto”. E a gente aqui achando Dead Rising incrível porque tu podia bater nos zumbis com manequins de loja de roupas…
Pra estender MAIS ainda o gameplay, resolver o mesmo mapa duas vezes sem repetir itens te rende a medalha “Genius”. Três vezes, e dessa vez tu ganha “Prodigy” e a fase em questão ficará agora demarcada por uma estrelinha dourada. Como se pode ver, o replay value de Scribblenauts é algo digno de nota.
Apesar de ser um jogo de apenas um jogador, um dos meus grandes prazeres em Scribblenauts é mostrar o jogo pra alguém e pedir ajuda da pessoa pra resolver os puzzles. Frequentemente as soluções do seu companheiro são completamente diferentes das suas, e isso te ajuda a ganhar mais medalhas. Sem contar que é totalmente delicioso mostrar pra um gamer (seja hardcore ou casual, ambos se espantam) o quão imensas são as possibilidades do negócio. É impossível não se empolgar com o jogo quando sua idéia mais nonsense é reconhecida pelo jogo e funciona. Não sendo palavras ofensivas ou protegidas por copyright, praticamente tudo funciona em Scribblenauts.
No geral, Scribblenauts é uma adição muito bem vinda ao mundo dos games, um jogo REALMENTE original num oceano de FPSs genéricos e clones de GTA. Jogar Scribblenauts me remete às partidas de RPG zoadas com os amigos, quando já estávamos de saco cheio do jogo e a coisa virava um teste de paciência pro mestre.
- – Ok, eu visto um jetpack, puxo meu estilingue e atiro bem no olho do dragão.
– Jetpack?! Não pode porra, obviamente não tem jetp…
– Ok então eu pego uma motocicleta, ponho uma rampa na frente do dragão, vou com tudo pra cima dele e, antes de acertar com a moto no filho da puta, pulo pra fora. E eu não me machuquei porque antes disso tudo eu coloquei uma cama elástica logo embaixo da rampa.
– Caralho, que mané motocicleta rapaz, eu tou te falando que…
– Tá bom, tá bom. Eu apenas coloco várias minas de proximidade ao redor do dragão e provoco-o atirando nele com uma arma de paintball. Quando ele vier pra cima de mim, BUM!
– Assim não dá, tu tá de sacanagem com a minha cara
– Posso pelo menos pegar um helicóptero, amarrar uma corrente nele, amarrar a corrente no dragão, e leva-lo pra longe do castelo sem machucar ninguém?
– Vai tomar no cu, Israel. Me dá minhas fichas e meus dados. Nunca mais jogo RPG contigo
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